domingo, 7 de agosto de 2016

LAGUNA- O PASSADO SEMPRE PRESENTE



UM MUSEU A CÉU ABERTO

Antes mesmo da colonização do Brasil, Laguna já era citada no Tratado de Tordesilhas por sua posição geográfica sobre a linha imaginária que dividia o mundo. Com a proclamação da República Catarinense viu surgir sua maior heroína, Anita Garibaldi. Toda essa história densa de fatos marcantes, alternados por momentos de progresso e estagnação, está retratada pelo casario do Centro Histórico preservado. As ruas são na verdade, um grande museu a céu aberto, onde é possível apreciar, conhecer e entender a história e a cultura desse povo através das diferentes arquiteturas, pelo traçado das ruas e pela sua paisagem natural. As características de cada estilo de arquitetura refletem um momento da história, as necessidades de moradia, o poder econômico, os costumes e a cultura de cada época. Você pode conhecer e sentir a história de Laguna percorrendo as ruas do Centro Histórico e acompanhando os percursos onde estão marcadas as edificações mais representativas de cada época. Laguna mantém preservados em sua área central testemunhos edificados que ilustram uma história densa de fatos marcantes. Com períodos de progresso alternados com momentos de estagnação, a cidade ainda apresenta um excepcional acervo arquitetônico e paisagístico protegido pelo IPHAN desde 1985. A riqueza de seu patrimônio construído, aliado à beleza de seu sítio natural, apresentam um grande potencial para o turismo histórico e cultural. A cidade é um grande museu a céu aberto, em que o acervo está exposto ao longo das ruas.





ESTILOS ARQUITETÔNICOS DE LAGUNA


PERCURSO LUSO-BRASILEIRO
A vila de Santo Antônio dos Anjos da Laguna foi fundada em 1676 pelo bandeirante paulista Domingos de Brito Peixoto. Principal porto da região sul, foi utilizado primeiro como entreposto das operações militares de expansão das fronteiras e depois como exportador da produção de gado no séc. XVIII. No início as casas eram muito simples, geralmente de pau-a-pique cobertas de palha. Com a elevação de povoado para vila, e a vinda de famílias dos Açores, entre 1749 e 56, as ruas começam a ser definidas com as novas casas de adobe e pedra que são construídas nos seus limites. O comércio do gado traz o desenvolvimento e surgem assim os sobrados próximos ao porto. A história desta fase, da colonização à meados do séc. XIX pode ser observada principalmente pela arquitetura luso-brasileira que se concentra em um dos primeiros núcleos, a Praça República Juliana. As casas eram muito simples, geralmente uma porta e duas janelas ao rés do chão e telhado aparente. Esta tem vergas em pedra, uma exceção da maioria, em madeira; Eram construídas em lotes de pequena frente e grande profundidade, germinadas umas às outras, formando um corredor contínuo. Os quartos ficavam sem iluminação, as famosas alcovas. Os telhados eram duas águas, sem calhas, mas com cimalha; Tinham um aspecto austero e sem decorações. A fachada era marcada pela cimalha do beiral do telhado e pelos grossos cunhais, como este. As paredes tinham em média 50 cm de espessura. Nas residências mais importantes, além da pedra e barro, era usado o óleo de baleia.



LUSO-BRASILEIRO – Edificações austeras, sem decorações, marcadas pelas cimalhas nos beirais. O conjunto de casas forma um corredor contínuo, seguindo a formação da rua. Os telhados são visíveis com cobertura em telha cerâmica, na sua maioria em duas águas, as paredes caiadas, salientadas pela coloração (verde/azul/ocre/vinho) das janelas em guilhotina e portas ao nível da rua.




PERCURSO ECLÉTICO
A exportação do carvão e outros produtos pelo porto de Laguna no final do séc. XIX possibilitou a concentração de riqueza da população, gerando transformações na cidade. A vinda de imigrantes alemães e italianos contribuiu nesta mudança e na produção de uma nova arquitetura: o ecletismo. Este estilo arquitetônico faz uma reinterpretação de elementos do passado, misturando e produzindo uma arquitetura carregada de ornamentações e decorativismo das fachadas. Surgem nesta época: os trens de carga e passageiros, os primeiros automóveis, ônibus urbanos, ruas calçadas e iluminação pública, com lampiões a querosene. A praça da Igreja ganha tratamento com jardim, chafariz, palmeiras e iluminação. A cidade viveu uma intensa vida cultural e social. Todo o fervor e riqueza desta época podem ser observados através do casario eclético.
Estas novas construções tem um porte bem maior, com uma implantação diferente: entrada pela lateral através de escadas e jardins. Continuam alinhadas junto da rua, mas a liberação das laterais gera possibilidades de arejamento e iluminação, desaparecendo as alcovas e fazendo surgir os primeiros banheiros. O novo estilo, o ecletismo, tem um forte decorativismo presente em todos os detalhes. As construções adquirem uma grande sofisticação com os produtos importados. Passam a ter platibandas para esconder o telhado, porões altos e janelas com bandeiras em massa decorativa. As fachadas passam a ser revestidas de massa com motivos decorativos; as paredes construídas de tijolos e cal, com maior precisão e menor espessura; São utilizados vidros decorados com motivos florais, e surgem as primeiras venezianas e telhados de quatro águas.



ECLÉTICO As casas começam a ter entradas laterais, com portão. As paredes com revestimentos com massas decorativas, os telhados não mais visíveis, encobertos pelas platibandas. Aparecem os balcões entalados e os decorados, e fachadas com excesso de adornos.




PERCURSO ART DECO
A partir de 1920 o porto de Imbituba começa a ser organizado, pois possuía melhores condições de navegação. Laguna perde a competitividade, e a crise não foi maior devido à concentração comercial, de serviços financeiros e públicos. Entre os anos de 1930 e 50 desenvolveu-se uma arquitetura com influências art deco. Este estilo retrata a modernidade e a era da máquina, rompendo com o passado e com inspirações no futuro. Com a construção da BR 101 nos anos 70, ocorre a possibilidade de uma nova atividade para a cidade: o turismo. O crescimento do número de turistas estimula a especulação imobiliária, tanto nos balneários como no Centro Histórico. Casas térreas e sobradas do séc. XVIII começam a ser substituídos por novas construções, alterando a paisagem. Preocupados com a preservação deste patrimônio o Iphan tombou em 1985 o Centro Histórico de Laguna. As construções em estilo art deco, utilizam principalmente linhas geométricas, com formas bem simplificadas; As linhas retas são utilizadas em toda a fachada, nas aberturas e nos detalhes, rompendo com o decorativismo e com o passado. Continuam alinhadas junto à rua, mas desaparecem os jardins laterais e porões; Tem a frente bem mais valoriza que os fundos, e surge a edícula habitável. Nas esquinas as construções geralmente eram “arredondadas”, diminuindo o impacto visual. O Cine Teatro Mussi é um dos melhores exemplares desta fase, com seu interior decorado ainda preservado.




ART-DECO – Surgiu como uma transição entre o Ecletismo e o Modernismo. caracteriza-se pela limpeza e pela simplicidade das ornamentações em formas geométricas, As platibandas recortadas sem elementos decorativos, apenas linhas retas e em alto relevo.Como o Luso-Brasileiro, mantém o alinhamento com a rua.




ROTEIRO TURÍSTICO CULTURAL





PRINCIPAIS PONTOS TURÍSTICOS.


CENTRO HISTÓRICO






Em 1984 o centro de Laguna é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, com aproximadamente 700 casas e diversos monumentos que retratam a preservação da identidade Nacional. Não só as edificações foram tombadas, mas a vegetação de entorno e parte da Lagoa Santo Antônio.




IGREJA MATRIZ DE SANTO ANTÔNIO DOS ANJOS









Construída em 1676, sua fachada em estilo toscano e seus altares em barroco mineiro, florentino e tertuliano. A imagem de Santo Antonio, o padroeiro de laguna, foi esculpida em cedro, e veio da Baia. O interior da igreja e ornado em ouro.




TRATADO DE TORDESILHAS








Monumento simbólico do ponto de referência no acordo que dividiu as terras brasileiras a oeste para Espanha e leste para Portugal.




FONTE DOS NAMORADOS








Água mineral que brota da argila Caulim, com propriedades para funções respiratórias e digestivas. Marco inicial do desenvolvimento urbano de Laguna. Até hoje a população, mantêm o costume de todos os dias buscarem água para abastecimento de suas famílias.




MUSEU DE ANITA GARIBALDI













Construído em 1747, serviu de Casa do Governo e cadeia pública, das janelas foi declarada a República Juliana. Possui um rico acervo de utensílios indígenas, armamentos de guerras, móveis e pratarias do século 18.



MONUMENTO A ANITA GARIBALDI










Laguna é a terra natal de Ana Maria de Jesus, hoje conhecida como Anita Garibaldi, que representa o amor, o caráter e as lutas libertárias.




CASA DE ANITA GARIBALDI









Primeira casa construída a base de pedras areia e óleo de baleia, recebe esse nome porque recebeu Anita durante seu primeiro casamento, De Anita possuem a tesoura um pouco de terra do mortuário de Anita, retratos e medalhas conferidas a Heroína dos dois Mundos.




DOCAS DO MERCADO PÚBLICO









Local onde estava situado o antigo Porto de Laguna, também usado como principal local de recebimentos de produtos que eram comercializados ali mesmo, desde o interior das canoas.





CITY TOUR








Laguna, Bella e Santa Catarina






Não se engane, caminhe com quem conhece Laguna.
Chame um Guia/Condutor credenciado.



Consultas e agendamentos.
Whats (48) 99482224.
receptivolaguna@hotmail.com



Fonte de pesquisa












Um comentário:

  1. Espetacular seu post, o detalhamento nos leva a indução do sesejo de conhecer Laguna, muito lindo o lugar.
    Abraços forte

    ResponderExcluir